v. 76 n. 302 (2016): Família e fé cristã

					Visualizar v. 76 n. 302 (2016): Família e fé cristã

Apresentação

Dois assuntos recebem destaque neste número da REB: família e misericórdia. A família, assunto do Sínodo dos Bispos de 2015 e da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia, é iluminada neste número a partir de diferentes pontos de vista, por Antônio Moser (in memoriam), Rafael Cerqueira Fornasier, Elismar Alves dos Santos, Valdinei de Jesus Riberio e Denilson Geraldo e Rodrigo Grazinoli Garrido.

Antônio Moser, participante do referido Sínodo, revela qual foi, segundo ele, o maior ganho do evento: a gênese e a manifestação de um novo contexto eclesial. Trata-se de um contexto em que são apresentados desafios e chances da pastoral familiar. Nele, palavras como “escutar”, “discernir”, “evangelizar” foram e são palavras-chave para explicitar e reforçar a face acolhedora da Igreja. Rafael Cerqueira Fornasier parte de um dado, segundo ele, divisor de águas, fornecido pela realização do último Sínodo, em duas etapas. Este dado é o maior conhecimento do atual dado familiar. Tendo observado a fragilidade de vínculos e, ao mesmo tempo, a persistência do ideal família, ele se propõe a contribuir para a compreensão teológico-pastoral da família, a partir de perspectivas sociológicas, filosóficas e antropológicas. Elismar Alves dos Santos aborda o tema enquanto relação interpessoal, partindo de alegrias e desafios, para evocar perspectivas fundamentais que sustentam a relação. Valdinei de Jesus Ribeiro e Denilson Geraldo abordam a gênese sinodal da reforma no processo de nulidade matrimonial. E Rodrigo Grazinoli Garrido, a busca da certeza moral nas causas de nulidade matrimonial.

O segundo assunto, também relacionado com o da família porque transversal, é o da misericórdia, tema que mereceu a iniciativa do Jubileu da Misericórdia por parte do Papa Francisco. Neste número, o assunto é abordado no âmbito do Sacramento da Penitência-Reconciliação, por Antonio Alves de Melo, Francisco Taborda, Denilson Geraldo e João da Silva Mendonça Filho.

Segundo Antonio Alves de Melo, encontramo-nos diante de mais uma crise na história do Sacramento da Penitência-Reconciliação. Por conseguinte, ele se propõe contribuir, a nível teológico e pastoral, a fim de que o referido sacramento cumpra a missão que lhe cabe na existência dos fiéis, nas comunidades de fé, na edificação da Igreja. Francisco Taborda, fazendo um percurso pela história do Sacramento da Reconciliação, extrai a distinção entre penitência cotidiana e “penitência canônica”. Se as formas cotidianas de se obter a reconciliação que Deus nos oferece em Cristo forem revalorizadas, não haverá razão para se lamentar a “crise da confissão”, afirma. Dinilson Geraldo, num tempo de pouca privacidade, evoca o inviolável sigilo do confessor em respeito à intimidade do penitente. João da Silva Mendonça Filho, a partir do Jubileu da Misericórdia, apresenta uma reflexão sobre o pecado e o perdão a partir de iluminação bíblica, no intuito de ajudar a iniciação cristã.

Enfim, com Francisco de Aquino Júnior e Eduardo Hoornaert, aproximamo-nos do teor do documento da Comissão Teológica Internacional, de 2012, sobre perspectivas, princípios e critérios em relação ao fazer teológico atual, e do pensamento de “nosso” Padre Ibiapina, respectivamente.

Agradecendo aos autores a partilha de suas buscas e resultados, a Redação deseja a edificação de todos.

Elói Dionísio Piva ofm

Redator

Publicado: 2016-08-10