v. 58 n. 229 (1998): Sínodo para a América

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A REB abre o ano, trazendo o eco do principal evento eclesial acontecido no final de 97: o Sínodo Especial de Bispos para a América.

Enquanto acontecimento, pertence ao passado. Enquanto desencadear de consequências, porém, pertence ao presente.

Sínodo da América, das Américas ou para a América? Uma discussão que antecedeu a realização do evento e que perdura. Uma parlamentação importante porque envolve a natureza do encontro, condicionante dos resultados e de sua repercussão. Importante, uma vez que alimenta expectativas variadas em relação ao presente e ao futuro da Igreja neste continente. Contudo, com estas e nestas circunstâncias, em que é que o Sínodo pode estimular e estimula a Igreja a bem desempenhar a missão que recebeu de Jesus Cristo neste continente e nestes nossos tempos?

Para ajudar a divulgar a vontade dos Padres Sinodais e enquanto se aguarda ulterior comunicação da Santa Sé, também a REB traz a Mensagem do Sínodo ao Povo de Deus nestas terras e nas presentes circunstâncias históricas. Para ajudar a recepção, de maneira ao mesmo tempo acolhedora e crítica, trazemos as contribuições de Dom Demétrio Valentini, de Frei Antônio Moser, de Dom Aloísio Lorscheider e dos Pes. José Oscar Beozzo e Paulo Suess.

Próximo do intuito primeiro do Sínodo trazemos uma primeira contribuição do Pe. Medoro de Oliveira Souza Neto. De olho em nossas origens, ele desenvolve um tema de suma importância e permanente atualidade: a estrutura carismático-ministerial-comunional da Igreja - estrutura esta dinamizada no e pelo Espírito Santo.

Em seguida, somos convidados a nos entreter com questões também de atualidade, mas de caráter temático.

A primeira diz respeito à questão do aborto. Assunto sempre de novo em discussão e, no momento, no Brasil, com mais acuidade. Novas circunstâncias envolvem a questão, tornando-se, então, sempre de novo necessário o discernimento à luz da dignidade do ser humano, portador e administrador do dom da Vida. Frei Bernardino Leers e o Pe. José de Souza Fernandes articulam a questão.

A segunda está relacionada, de modo novo, ao incremento da comunicação no mundo, à convivência humana, cada vez mais presente em sua maravilhosa e desafiadora diversidade. Trata-se do pluralismo religioso que nos recoloca o desafio da convivência e de uma convivência qualificada, de diálogo, de respeito à alteridade, da própria compreensão do mistério de Deus no mundo e de Sua convocação à promoção do Bem. O Pe. Mário de França Miranda, estudioso do assunto, nos incentiva com o tema: salvação ou salvações?

Por último, Eduardo Hoornaert, ainda ao ensejo do centenário da destruição de Canudos transcorrido no ano passado, nos coloca a questão da interpretação: no anseio de nos aproximarmos das circunstâncias e da experiência das pessoas envolvidas com o acontecimento global de Canudos, como lidar com nossas próprias pré-suposições?

Elói Dionísio Piva, OFM

Redator

Publicado: 2021-02-11