Crítica à interpretação eclesiocêntrica da história de Canudos

Autores

  • Eduardo Hoornaert

DOI:

https://doi.org/10.29386/reb.v58i229.2404

Resumo

O artigo critica uma recente e recorrente interpretação da história de Canudos, segundo a qual a experiência sertaneja teria sido um prenúncio da "igreja dos pobres”, ou ainda das “comunidades de base”. Tal interpretação é ideológica, não se baseia na experiência vivida pelos sertanejos do final do século XIX, é permeada de um eclesiocentrismo exacerbado e não faz justiça à boa maneira de se praticar a história, pois é de um anacronismo flagrante. Efetivamente, imaginar-se a Igreja (seja ela católica ou protestante, ortodoxa ou nestoriana) como única expressão histórica do cristianismo ou pelo menos como expressão mais verídica e mais fiel aos intentos de Jesus revela um eclesiocentrismo desmentido por séculos de história, mas endêmico nos dias que correm, como se tudo fosse “eclesial”.

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Publicado

1998-03-31

Como Citar

Hoornaert, E. (1998). Crítica à interpretação eclesiocêntrica da história de Canudos. Revista Eclesiástica Brasileira, 58(229), 164–175. https://doi.org/10.29386/reb.v58i229.2404