Clérigos: a produção da subjetividade eclesiástica no seminário católico
DOI:
https://doi.org/10.29386/reb.v71i282.1029Parole chiave:
Igreja Católica, Formação Clerical.Abstract
Realizamos uma ampla investigação sobre a produção da subjetividade eclesiástica, tal como ela se processa na instituição seminário católico. Utilizando o instrumental teórico da análise institucional, mapeamos os operadores institucionais subjetivadores do dispositivo pedagógico seminário, enfocando tanto suas relações de poder quanto seus aspectos místicos, atentos às dimensões instituintes e instituídas. Os dados foram obtidos através da observação do cotidiano institucional e de entrevistas semidirigidas com os diversos atores institucionais, tanto no seminário filosófico quanto no teológico. Os resultados obtidos indicam que a formação do clero pode ser considerada como um domínio ainda flutuante, constituindo um campo de noções conexas que reconhecemos como sendo pertinentes aos saberes pedagógicos, psicológicos e teológicos. Há o desconhecimento e a denegação da dimensão totalitária e disciplinar do seminário. O modo de funcionamento hegemônico do seminário seria o asilar ou conventual, baseado no enclausuramento, na tutela completa da existência do candidato ao sacerdócio, na vivência grupal e no panoptismo, atraído pela força gravitacional do paradigma tridentino.
Abstract: We carried out a broad investigation about the production of ecclesiastical subjectivity as it occurs in the Catholic Seminary institution. Using the theoretical instrument of institutional analysis, we made a chart of the institutional operators that subjectify the pedagogical seminary device focusing both on its power relations and on its mystical aspects, carefully examining its instituting and instituted dimensions. The data was obtained through observation of the everyday institutional life and from semi-structured interviews with the various institutional actors, both in the philosophical and in the theological seminary. The results obtained indicate that the training of the clergy may be regarded as a still uncertain domain, constituting a field of related notions that we recognize as being pertinent to the pedagogical, psychological and theological forms of knowledge. There is a lack of knowledge and a denial of the totalitarian and disciplinary dimensions of the seminary. Its hegemonic way of functioning would be similar to that of an institution or a convent, based on seclusion, on the full control of the life of the candidate to priesthood, on collective living, on panoptism (full time surveillance), all attracted by the gravitational force of the Tridentine paradigm.
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