v. 78 n. 311 (2018): Religião e Juventude

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Há pouco (outubro/2018) aconteceu o Sínodo sobre a Juventude. Passado o evento, perdura a mensagem. Sempre presentes, jovens impulsionam relações humanas. Certamente encarregam-se de retransmitir elementos de tradição como aportarão novidades. O brilho do espírito jovial, provavelmente, sempre iluminará, provindo de todas as categorias humanas, mesmo se entre sombras. Estar com jovens, contar com eles, partilhar espírito jovial é desejo coletivo e faz parte do bem-estar social e espiritual. Evidentemente, além de celebrativo, o Sínodo, espelho do cotidiano, buscou diálogo, escuta, reconhecimento, acolhida, discernimento, compreensão de si mesmo e dos outros.

A proposta da REB – Religiao e Juventude – obteve algumas valiosas contribuições. Jorge Claudio Ribeiro apresenta o resultado de uma longa pesquisa entre estudantes da PUC-SP. Trazendo valores e significados da religiosidade dos jovens pesquisados, a pesquisa “mapear o solo vital de onde brotam suas convicções”. Martin Carbajo Nunez caracteriza a juventude hiperconectada e hiperacelerada de hoje; nesse torvelinho frenético, propõe a necessidade de buscar critérios de discernimento ético. Ele exercita esta busca de luzes do ponto de vista franciscano. Rodolfo Gaede Neto e Joao Henrique Stumpf analisam o fenômeno do suicídio entre os jovens. A crise, embora não seja exclusiva de nossos dias, apresenta-se visível e interpela a todos no sentido de empreender caminhos de desenvolvimento integral. Por sua vez, Paulo Fernando Dalla-Dea aborda o espinhoso e preocupante fenômeno da violência em nossos dias. Ele focaliza a violência sofrida pelos jovens, conclamando respeito em relação a eles, e propondo que também os jovens e as pessoas de todas as idades ultrapassem barreiras de individualismo, fundamentalismo e desesperança e celebrem caminhos de integração sócio-espiritual.

É possível, é sempre desejável e louvável manifestar a força proativa da vida, o brilho da liberdade, ou seja, o mistério de Deus, mesmo em condições as mais adversas. É o que Faustino Teixeira apresenta, a partir, principalmente, do diário e das cartas da jovem mística e mártir Etty Hillesum. Um itinerário espiritual inspirador!

Francisco Taborda revisita o histórico dos ministérios ordenados da Igreja católica, buscando sua fundamentação teológica. Conhecer a fundo possibilita liberdade criativa e inovadora no testemunho de serviço em prol do Reino de Deus.

Ocasiões e modalidades em que esse testemunho vem à tona são sinalizadas pelo protagonismo de inúmeras pessoas; Jose Reinaldo Felipe Martins Filho indica o diversificado âmbito do catolicismo popular como palco de sua atuação.

Por isso e além disso, a reflexão teológica, além de relacionar fé e culturas com o “reverso” da história, é convidada e desafiada, nos dias de hoje, a levar em conta a pluralidade cultural como perspectiva e método de sua atividade. É o que propõe Sinivaldo S. Tavares.

Joao Decio Passos indica os principais traços da renovação eclesial ocorrida na América Latina nos últimos 50 anos, advoga a necessidade de a reforma atingir as estruturas eclesiais e, para que ela provenha do mistério da Igreja, defende a fidelidade ao carisma renovador da Igreja dos pobres.

Um exemplo de esforço de discernimento e proposição da espiritualidade e da prática da Igreja dos pobres é fornecido pelo estudo de Egberto Pereira dos Reis e Jose Carlos Rothen.

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Eloi Dionisio Piva ofm

Redator

Publicado: 2019-04-04