v. 80 n. 315 (2020): Evangelização e Mídias

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O rápido e vertiginoso desenvolvimento de tecnologias de comunicação e seu progressivo acesso despontam como um dos ícones da atualidade. Se, por um lado, esse ícone ergue um pedestal ao empoderamento humano, por outro, um minúsculo vírus se encarrega de derrubá-lo, ignorando qualquer fronteira! Mas, evidentemente, a pandemia também oferece oportunidade de as pessoas se aproximarem ainda mais do mundo virtual. Este, não se apresenta somente como possibilidade de entretenimento e lazer, mas também de compartilhamento de saberes e de busca coletiva e rápida de novos caminhos. Possibilita ao ser humano, em rede, adquirir novo modo de ser, de se entender, e, portanto, de se representar e comunicar, transitando entre arrogância e sabedoria.

Também os discípulos de Jesus Cristo, em sua missão de evangelizar, ressignificam suas formas de autoentendimento, de representação e de atuação. A razoabilidade da fé também é reconfigurada e assim pode ser manifestada. Igualmente para os evangelizadores, o dinamismo da mudança cultural, além de ser uma chance, é também um desafio, dada sua velocidade e intensidade.

O intento das contribuições do dossiê deste número da REB tem por objetivo fortalecer a consciência da evolução em curso e encorajar a reflexão teológica, a fim de que cultura midiática, verdade do ser humano e anúncio da Boa Nova se correspondam.

André Luiz Boccato de Almeida e Lúcia Eliza Ferreira da Silva, relacionando evangelização e mídias atuais, particularmente entre os jovens, articulam o ambiente digital e seus desafios com propostas de caráter ético-teológico na formação da consciência. Luís Miguel Figueiredo Rodrigues analisa possibilidades de as mídias, a serviço da evangelização, mediarem experiência religiosa. Marcelo Tadvald, destacando a atuação da Igreja Universal do Reino de Deus, sem juízo de valor, ressalta a importância do uso dos modernos meios de comunicação social. Allan Macedo de Novaes e Carlos Augusto Souza Magalhães, focando seguidores da Igreja Adventista de Sétimo Dia, sinalizam tensões entre tradição e mudança, em setores da própria Igreja, na produção e veiculação de material ficcional nas redes sociais. Sinivaldo Silva Tavares contribui para o discernimento de desafios e chances na transmissão da fé pela cultura midiática atual. Martín Carbajo Núñez reforça a constatação de que, nas redes sociais, testemunha-se a inter-relação de todos os seres, potenciada pelo diálogo e pela comunicação.

Ademais, Alzirinha Rocha Souza traz novos elementos para caracterizar o catolicismo popular brasileiro; Sávio Carlos Desan Scopinho, em texto póstumo, na linguagem da década de 1990, recoloca, particularmente para setores da classe média, a perspectiva da opção preferencial pelos pobres; Antonio Alves de Melo recoloca a misteriosa possibilidade da recusa do evangelho da salvação por parte do ser humano, em sua atuação cotidiana.

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Elói Dionísio Piva ofm

Redator

Publicado: 2020-06-18