v. 67 n. 265 (2007): V CELAM: Aparecida - 2007

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Um significativo evento eclesial atrai nossas atenções neste ano de 2007: a V Conferência do Episcopado Latino-Americano, em Aparecida. Na esteira do Vaticano II e, especificamente, a partir de Medellín (1968), a Igreja católica na América Latina, através de seus representantes e depois de mais um mutirão de preparação, se reúne no Senhor, em Aparecida, para ouvir Sua Palavra, e, ao mesmo tempo, buscar os sinais de Deus no hoje do Continente, para qualificar seu testemunho evangelizador. O evento é ocasião para que todos os seus membros percebam o convite que lhes é feito e prossigam no caminho da conversão, atualizando seu testemunho de fé, de esperança e caridade, a partir dos dois pilares acima acenados: a Palavra de Deus e a ausculta dos sinais dos tempos. A conjugação ideal destes dois pólos continua sendo, teórica e praticamente, o sentido da busca. Frei Clodovis Boff traz uma bela contribuição para esta tarefa, acentuando que a mística do discipulado de Jesus é o motor da atuação sociolibertadora. “Para quem’ Ele, nossos povos tenham vida”!

Nosso conhecido e querido Pe. Comblin nos transmite sua percepção do “mundo” em que vivemos e que construímos. Fala de uma revolução cultural, após os anos 70! Sua inquietação pode ser também a nossa ou, quem sabe, despertá-la também em nós, para que reforcemos nosso “estar com o Senhor”, Senhor que nos é dado encontrar nos caminhos da história humana.

José Ariovaldo da Silva continua discorrendo (cf. REB 66 (2006) 787-806) sobre a celebração da fé em contexto muito conhecido de nosso povo latino-americano, o de santuário. Ele nos lembra elementos teológico-litúrgicos para aliarmos memória e compromisso de vida.

Celebramos, há pouco, a manifestação da luminosidade de Deus na e como fragilidade humana. Também a sexualidade é uma área onde se manifesta a beleza e a fragilidade do ser humano. A professora e psicoterapeuta Eliana Massih, a partir de sua atividade, estabelece um esclarecedor diálogo entre sexualidade humana e catolicismo.

O conhecido Pe. Hubert Lepargneur acompanha os avanços técnico-científicos numa das áreas mais instigantes e complexas da atualidade – a manipulação genética – e traz para discussão as interrogações e as sendas entreabertas pelo imperativo ético.

O Pe. Geraldo Luiz Borges Hackmann expressa, de forma luminosa, a relação entre eclesiologia e CDC. É a materialidade sacramental da Igreja que é sabiamente contemplada!

Enfim, a professora Maria da Conceição Silva faz memória de um dos momentos mais importantes do processo de secularização no Brasil. Este exercício de memória responde pelo “como somos hoje”.

Cara/o leitora/o, como Você pode notar, a composição da REB trouxe e trará de ora em diante uma pequena alteração. Pareceres partilhados entre os membros do Conselho Editorial e Consultivo constataram o óbvio: a revolução ocorrida, já há tempo, no campo da comunicação – hoje e para um sempre maior número de pessoas, em tempo real, através de meios eletrônicos. Por isso, a REB deixa de trazer matéria de caráter jornalístico e se concentra no que é mais específico e próprio de um periódico como ela: a reflexão teológico-pastoral, embora, por certo, pressuponha o locus sócio-eclesial. Por outro lado, mantém o caráter de interlocução personalizada, pois, nela, somos pessoas e é com pessoas e como pessoas que nos relacionamos. Por isso, e com todo carinho, embora de cobertura incompleta, mantemos a seção de necrologia.

Que o espírito de partilha nos encante e testemunhe nossa razão de ser: a evangelização no aqui e agora!

Elói Dionísio Piva ofm

Redator

Publicado: 2007-04-10