v. 71 n. 282 (2011): Formação dos Presbíteros

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Uma das mais importantes preocupações e ocupações de toda e qualquer sociedade está relacionada à sua própria sobrevivência, vitalidade e desenvolvimento, aspectos estreitamente ligados aos respectivos dirigentes e à sua formação. Também na Igreja católica, um dos assuntos mais pertinentes diz respeito à particularidade de suas lideranças e à sua preparação, específica. Esta particularidade e especificidade, com os demais cristãos, conjugamo-las com pastoreio, referindo-nos à bela imagem daquele que disse de si mesmo: eu sou o bom pastor. Assim, os dirigentes são idealizados como pastores e com os pastoreados são chamados a constituir aquela sociedade que o Vaticano II tão sabiamente cunhou com a imagem de Povo de Deus. Então, idealmente falando, de quem preside se espera carisma e transpiração, ou seja, como resultante: santidade de vida. Com isso, espera-se também adequação e profetismo em relação a cada situação histórica e epocal.

Neste fascículo são acentuados alguns aspectos relativos à formação do pastor do Povo de Deus. Assim, Leonardo Ulrich Steiner, um dos redatores das atuais e recentes Diretrizes da formação dos presbíteros da Igreja no Brasil, diz em que consiste o núcleo da formação dos presbíteros: na experiência do encontro pessoal com a pessoa de Jesus Cristo, encontro intimamente relacionado com o envio, com a dedicação total ao Povo de Deus, a todos e a toda criação. Então, certamente mais do que a técnicas e a sabedoria humana, este segredo está vinculado ao prestar ouvidos ao mistério de Jesus Cristo, do ser humano e da vida como um todo.

José Lisboa Moreira de Oliveira situa-se no momento cultural que construímos e experienciamos, momento de mudança de paradigmas e de época. Ter consciência disso ajuda a valorizar e a escolher orientações pedagógicas na formação.

Arlene Denise Bacarji traz à consideração uma delicada e espinhosa questão: clero e homossexualidade, ministérios e tendências afetivas. Com conhecimento sociológico e psicanalítico, evidentemente não associando homossexualidade e perversão, chama a atenção para esta última possibilidade, perguntando-se pelo que convém ao Povo de Deus.

Sílvio José Benelli, partindo de conhecimentos de psicologia social, levanta o quadro institucional do seminário católico e pergunta pela “produção” de subjetividade eclesiástica (num segundo artigo, de certa forma dará continuidade e complementará a este). Ter conhecimento do fenômeno pode significar possibilidade de liberdade e de direcionamento ao essencial do pastor.

Adicionando elementos para a formação das lideranças eclesiais e a discussão sobre ministérios, Antonio José de Almeida faz um minucioso percurso pelas fontes cristãs em busca do sentido e das expressões do diaconato, que se encontram na mística do servir.

Já como parte do balanço do Vaticano II, aos 50 anos de sua abertura, Rodrigo Coppe Caldeira investiga a atuação de um dos pastores mais controvertidos – Dom Geraldo de Proença Sigaud –, bem como do Coetus Internationalis Patrum, do qual ele é um dos fundadores. O contraponto que D. Sigaud estabelece com a maioria conciliar não só nos proporciona uma achega a seu pensamento e ação, como também ao conjunto da Igreja e, mutatis mutandis, ao entendimento de sua diversidade, também ideológica, e de sua unidade essencial em torno do Bom Pastor. Frutuosa reflexão e ação!

Elói Dionísio Piva ofm

Redator

Publicado: 2011-02-20

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