v. 82 n. 321 (2022): Sinodalidade e Renovação Eclesial

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Com destaque para a Sinodalidade, a REB se coloca em sintonia com o convite do Papa Francisco: engajar-se num Sínodo para trazer à tona o próprio fundamento de Sínodo, a sinodalidade da Igreja. O convite é, na verdade, uma convocação que desencadeia uma preparação de dois anos (2021-2023). Nela, uma programação que, mediante ampla consulta e participação esperada, visa retornar às fontes da Tradição, redescobrir e retomar jovialmente o modo de ser da Igreja e, portanto, o anúncio da Boa Nova da salvação. “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão” aponta para a redescoberta de, juntos, percorrer o caminho de Jesus. Trata-se de um percurso em que, em sintonia com a tradição conciliar e sinodal reproposta pelo Concílio Vaticano II, aguça os ouvidos. Ouvir a Jesus Cristo, ouvir os irmãos de percurso, ouvir pessoas de outras sendas, ouvir a partir da comunhão que a todos aproxima e une, e, no diálogo, construir pontes e tecer diversidade. Aguça os ouvidos, desperta a inteligência e acalenta o coração, contribuindo, assim, com o evangelho da Luz do Mundo, para o bem de todo ser, de toda pessoa, de toda a humanidade.

Estes são alguns indícios do potencial renovador que Francisco de Aquino Júnior, Mário de França Miranda e Elias Wolff explicitam neste número da REB, e que se somam às indicações oferecidas e a oferecer neste tempo de preparação do Sínodo, no acontecer sinodal propriamente dito e no depois do evento.

Além da conversão sinodal aqui pressuposta, Agenor Brighenti e Stefano Raschietti, trazem o que o Sínodo para a Amazônia e o Espírito sugerem para o modo de ser Igreja e de apresentar a salvação de Jesus Cristo. Na mesma linha e a partir do mesmo Sínodo, Martín Carbajo Núñez acentua a conversão ecológica e o modelo de Igreja culturalmente pluriforme. E ainda, Matthias Grenzer, Paulo Freitas Barros e José Anselmo Santos Dantas, constatando a presença de pássaros e os sentidos a eles atribuídos nos salmos, apresentam elementos de ecoespiritualidade, topo da sensibilidade atual. Nilo Agostini e Francisco Deusimar Andrade Albuquerque evidenciam que a controversa encíclica Humanae Vitae também tem dimensão social e ecológica e que se situa, pois, num contexto abrangente. Por sua vez, Rogério Luiz Zanini, partindo da carta do Papa Francisco sobre o ministério de catequista, realça que a identidade dos ministérios na Igreja é o serviço aos pobres e necessitados. O nem sequer poder despedir-se dignamente dos acometidos pela Covid-19 deu oportunidade a Rodrigo Grazinoli Garrido de realçar a importância antropológica dos rituais funerários. Uma pesquisa conduzida por Aureliano Pacciolla e Vagner Sanagiotto entre padres e religiosos brasileiros sobre Síndrome de Burnout constata que eles são atingidos, sim, mas também que não poucos podem ser considerados exaustos, porém, realizados. Sinivaldo Silva Tavares, no bojo da sinodalidade, resgata o conceito de “Tradição viva” de Johann Adam Möhler, para quem criatividade e fidelidade à Tradição se conjugam.

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Elói Dionísio Piva ofm

Redator

Publicado: 2022-04-12