A morte como tema antropológico e teológico

Abstract

A morte é um evento antropológico que gera consequências escatológicas. A teologia clássica desdenhou o tema da morte devido à preocupação com o pós-morte. A definição clássica da morte (separação de corpo e alma) é antropologicamente insuficiente por sua falta de densidade pessoal. O tema da morte, em primeiro lugar, ganhou relevância antropológica com a filosofia contemporânea, principalmente com Heidegger. A morte é uma possibilidade iminente que reside no interior da existência. Da filosofia, o tema da morte passou para teologia protestante e católica e, principalmente sob o influxo de Heidegger, recebeu um tratamento humano. A teoria da “decisão final”, expressão da antropologia da morte, concentrou sua atenção sobre o que ocorreria com as relações entre o corpo e a alma no momento pontual da morte. 

Abstract: Death is an anthropological event that leads to eschatological consequences. Classical theology dismissed the theme of death in view of its concern with the afterlife. The classic definition of death (the separation of body and soul) is anthropologically insufficient because of its lack of personal density. The theme of death gained anthropological relevance for the first time with contemporary philosophy, especially with Heidegger. Death is an imminent possibility that lies within the existence. From philosophy the theme of death passed into Protestant and Catholic theology and especially under Heidegger’s influence, received a humane treatment. The theory of “final decision”, an expression of the anthropology of death, focused its attention on what would happen with the relationship between body and soul at the actual time of death.

Keywords: Life. Death. Anthropology. Imminent possibility. Term-realization.