Sinais dos novos tempos – 40 anos depois do Vaticano II

Authors

  • José Comblin

DOI:

https://doi.org/10.29386/reb.v66i263.1567

Keywords:

Concílio Vaticano II.

Abstract

Um primeiro sinal é o chamado “relativismo teológico”. Tanto nas ciências ditas exatas, como na filosofia, passamos por um período de extrema crítica dos sistemas que se apresentam como a verdade universal e definitiva. Ora, a teologia oficial aparece justamente como um desses sistemas de verdade absoluta que a cultura atual condena. Por trás desses sistemas de verdades absolutas, os críticos denunciam uma vontade de poder. Um segundo sinal está ligado ao primeiro: há uma consciência cada vez mais viva de que todos os problemas da Igreja católica estão ligados ao clero como estrutura de poder. Um terceiro sinal é a ligação cada vez mais significativa entre o Vaticano e o sistema de poder mundial, o que tem por conseqüências “os silêncios da doutrina social da Igreja”. O quarto sinal é a afirmação do pentecostalismo como o maior fenômeno religiosos da época. Por fim, termino com um desafio, ou seja, com a proposta da escolha entre duas opções: a opção da fixação nas estruturas estabelecidas como resistência às seduções de um mundo que se destrói a si mesmo, opção tomada em Roma desde a Revolução francesa e defendida pela Opus Dei, ou a opção do risco, opção do diálogo com a humanidade atual, tal como ela é, dando valor aos elementos positivos, como fez João XXIII.

Abstract: A first sign is the so-called “theological relativism”. Both in the said exact sciences and in philosophy, we are going through a period in which those systems that present themselves as the universal and definite truth are severely criticized. Now, official theology appears precisely as one of theses systems of absolute truth that the present culture rejects. Behind these systems of absolute truth, the critics see a desire for power. A second sign is connected to the first one: there is a growing awareness that all of the Catholic Church’s problems are related to the clergy as a power structure. A third sign is the more and more significant association between the Vatican and the world’s power system, an association that has as a consequence “the silences in the Church’s social doctrine”. The forth sign is the affirmation of Pentecostalism as the greatest religious phenomenon of this age. Finally, I end with a challenge, that is, the suggestion that we must choose one of the following two options: either the option of dependence on the established structures in order to resist the temptations of a world in a process of self-destruction – an option adopted in Rome since the French Revolution and advocated by Opus Dei, or the option of risk, of a dialogue with mankind as it is now, emphasizing its positive elements as it was done by the Pope John XXIII.

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Published

2006-04-11

How to Cite

Comblin, J. (2006). Sinais dos novos tempos – 40 anos depois do Vaticano II. Revista Eclesiástica Brasileira, 66(263), 575–588. https://doi.org/10.29386/reb.v66i263.1567