v. 73 n. 289 (2013): Morte: antropologia e teologia

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Editorial

Afrontar o tema da morte é situar-se onde o enigma da condição humana mais se adensa (cf. GS 18). É ocupar-se de um final do início, ou seja, é ocupar-se da vida. Este ocupar-se sinaliza exercício e testemunho de liberdade, pelos quais se torna possível assumir o nascer e o morrer, a vida e a morte, a vitalidade e a mortalidade. Um tema desafiador, um tema que assusta, um assunto que, por isso e não raro, é colocado em segundo plano ou até escamoteado. Renato Alves de Oliveira encarou-o. Percorre a aproximação clássica que foi elaborada a respeito do morrer e, a partir da reflexão filosófica e teológica dos últimos tempos, conclui que se trata, hoje, de uma aproximação insuficiente. Em contrapartida, apresenta uma abordagem antropológica e teológica, passando da compreensão corpo-alma projetada na escatologia, para realçar a relação vida-morte num contexto de corporeidade e pessoalidade. Neste contexto, acena para a relacionalidade e entende a perspectiva teológica da ressurreição.

Com perspectiva que se aproxima, trazemos um texto de Antônio Moser, elaborado há algum tempo, mas que vem ganhando sintonia de compreensão ao chamar a atenção para a ampliação de compreensão corpo<corporeidade, sexo<sexualidade, biológico<virtual, acenando, assim, para o estimulante enigma humano.

Situados nestes acentos culturais da atualidade e no contexto sócio-eclesial latino-americano e caribenho, Afonso Murad, Élio Estamislau Gasda e Geraldo De Mori sintetizam os indicadores do Congresso Continental de Teologia, realizado em outubro de 2012, em São Leopoldo/RS, na Unisinos, por ocasião dos 40 anos da Teologia da Libertação e dos 50 da abertura do Vaticano II. O Congresso se caracterizou – e os autores o realçam – pela dinamicidade e flexibilidade, bem como pela interação entre ação pastoral e pensar teológico. Uma perspectiva certamente parcial no universo eclesial, mas dinâmica e esperançosa.

Jung Mo Sung mostra a pertinência de se articular economia, teologia e prática das igrejas. A dimensão econômica não pode ser menosprezada. Desta articulação, o Autor conclui pela evidência bíblico-teológica da opção preferencial pelos pobres; se não considerada somente sob o viés econômico, pelo menos nunca sem ele.

Tendo como pano de fundo as rápidas transformações de nossa “aldeia global”, Mário França de Miranda percebe que a Igreja católica precisa refletir sobre sua visibilidade histórica, pois, “hoje, em muitos aspectos, sua configuração institucional não corresponde à sua identidade teológica”.

Neste contexto eclesiológico, principalmente a partir do Vaticano II, grandes setores da Igreja católica vêm pensando sua missão, constelação humana e ministerialidade. Sávio Carlo Desan Scopinho, tendo como referência o arco das Conferências Episcopais Latino Americanas, aqui nos apresenta a percepção do e sobre o laicato na Conferência de Medellín, em 1968.

Fecundo desempenho na evangelização!

Elói Dionísio Piva ofm

Redator

Publicado: 2013-10-25