v. 38 n. 152 (1978): A Caminho de Puebla

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Os Papas vêm e vão. Entre o último número da REB em setembro e agora fomos visitados por dois Papas. João Paulo I com apenas 33 dias de pontificado deixou marcas indeléveis na Igreja: revelou a figura de um Papa-homem e muito menos de um Papa-imperador. Sua simplicidade, seu sorriso, alguns gestos de total espontaneidade projetaram a figura evangélica de um Papa desvinculado da pompa do poder que se havia incrustado no papado e comprometido com os humildes. Nisso foi perfeito. Atingida a perfeição, Deus o tomou para si. Havia cumprido sua missão e dado a mensagem de Deus ao mundo.

O Papa João Paulo II se apresenta, verdadeiramente, como o Cabeça da Igreja. Herdou de seu predecessor a informalidade e a humildade. Mas ao mesmo tempo transmite a imagem de um líder religioso que possui determinação e que pode, com inteligência, conduzir a Igreja pelas contradições deste mundo que se manifestam também em seu próprio interior. Ele inspira segurança e confiança de que o passo acertado da Igreja a partir do Vaticano II será confirmado e aprofundado.

Quase a totalidade deste número da revista é dedicado aos grandes temas que serão discutidos em Puebla. São pequenas colaborações que buscam pensar o cerne das distintas partes que compõem o Documento de Trabalho distribuído para estudo aos Bispos participantes. O Documento abre pistas que se encontravam truncadas no Documento Preparatório. Certamente as discussões na Assembléia irão perfilar as opções de fundo, definir melhor os destinatários (o povo de Deus) e em função disto escolher o gênero literário e a linguagem mais adequados. Fazemos nossa a esperança dos fiéis que olham para Puebla querendo ouvir junto com esta palavra a outra semelhante Pueblo-Povo. E sabemos que não seremos defraudados.

Leonardo Boff, O.F.M.

Redator da REB

Publicado: 2022-04-11

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