v. 47 n. 187 (1987): O Deus dos Orixás e o Deus de Jesus

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Transcorridos 20 anos do encerramento do Concílio Vaticano II, avalia-se sua incidência na vida da Igreja. Também desta forma este momento privilegiado de consciência eclesial continua despertando o convite pela redescoberta da razão de ser da Igreja no mundo e, portanto, de seu compromisso de fidelidade a Cristo e ao Homem sedento de vida.

É neste reavivado horizonte da relação Deus-Homem, Homem-Deus, que podem ser vistas as colaborações que a REB tem a alegria de colocar à disposição de seus leitores.

Com efeito, a consciente participação na missão libertadora de Jesus Cristo, no âmbito do pluralismo conflitivo hodierno, responde e conduz à vocação apostólica de toda a Igreja, particularmente daqueles de quem se espera uma maior sensibilidade no tocante à sorte dos irmãos, ou seja, do clero. Esta mesma dinâmica de fidelidade à missão evangelizadora da Igreja também move os passos de quem se detém e, à luz e em busca da Verdade do Reino, avalia o alcance de sua caminhada libertadora. Igualmente a expressão litúrgica do Povo de Deus: celebração do Mistério de Cristo, demanda esta mesma fidelidade ao Homem, lugar da emergência do divino e situado no contexto conflitivo de seu tempo e espaço físico-social. De maneira semelhante ainda, o resultado de avaliação crítica que identifica o agir da maioria dos cristãos nos inícios do processo colonial instaurado na América Latina como tendo sido também e sobremaneira opressor, convoca constantemente a consciência cristã de nossos dias para que, a partir da prática de Jesus, se oriente Àquele que também hoje, de modo particular, ao nosso encontro vem nas vestes de menosprezado. O testemunho do irmão que, vencendo preconceitos, se coloca em juvenil atitude de busca de comunhão fraterna com os mais marginalizados — sejam eles afro-brasileiros, mulheres-objeto, migrantes-carentes de terra e afeto — nos sugere sempre de novo e com vigor o caminho da “kenosis” do Amor pregado na cruz — ressurreição e vida.

A REB agradece aos articulistas e a todos os seus leitores deseja a alegria da comunhão na paz e no bem.

Frei Elói Dionísio Piva, O FM

Redator

Publicado: 2021-11-01