v. 55 n. 218 (1995): "Evangelho da Vida"

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“Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, até os confins da terra” (At 1,8). Uma vocação a ser atualizada nas mais diferentes situações e culturas. Anunciar o Evangelho da Vida, sendo luz e sal no exercício de um sadio pluralismo.

Com efeito, hino de louvor à vida humana, vigoroso grito em sua defesa, encarecido convite em favor de sua promoção é a “Evangelium vitae”, a undécima carta encíclica de João Paulo II. Num esforço de síntese, Frei Antônio Moser reapresenta seu conteúdo, indica em que consiste sua novidade e aponta suas coordenadas fundamentais.

Conjugando anúncio e diálogo, Faustino Teixeira resume e comenta dois recentes documentos do Magistério Eclesial na área da evangelização: a carta encíclica Redemptoris Missio de João Paulo II (1990) e o documento Diálogo e Anúncio do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso (1991). Tanto a explicitação e a divulgação do conteúdo dos dois documentos, como o comentário de F. Teixeira, vêm em hora oportuna: às vésperas do V COMLA (Congresso Missionário Latino-Americano) em julho na capital mineira.

No atual contexto sócio-religioso brasileiro, a evangelização encontra interlocutores com muitos rostos diferentes. Neste quadro de pluralismo religioso e no ideal de diálogo e máxima estima, Mário de França Miranda vê a chance de redescobrir ou recriar referenciais católicos, particularmente a partir da experiência salvífica, mola propulsora da evangelização.

No horizonte do atual pluralismo religioso-cultural um conjunto de proposi¬ções denominado “Nova Era” aparece com certa insistência. De que se trata? De uma nebulosa de contornos pouco definidos e de fraco apelo histórico-social? De um novo patamar cultural? Em todos os casos, no esforço de “examinar tudo e ficar com o que é bom” (1Ts 5,21), Vítor Galdino Feller relaciona Nova Era e Fé Cristã. Um esforço esclarecedor, pois a atitude de diálogo intercultural, do ponto de vista da fé, nos pode ajudar tanto no reconhecimento das sementes do Verbo quanto no estabelecimento das devidas distinções.

Finalmente, o diálogo intra-eclesial. Na interação de diferentes movimentos e agremiações se concretiza um processo de evangelização “ad intra”. Acercando-se da RCC como de um movimento que se instaura a partir de uma experiência religiosa, Francisco Cartaxo Rolim procura realçar alguns aspectos, mais ou menos luminosos, que a distinguem. Este ensaio, como os demais, faz parte da busca das razões da fé e de sua relação com a própria cultura ou com as demais; faz parte da edificação do Povo de Deus como um todo.

Elói Dionísio Piva, OFM

Redator

Publicado: 2021-05-19