v. 80 n. 316 (2020): Sínodo pan-amazônico: Perspectivas pós-sinodais

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A pandemia provocada pelo coronavírus mobiliza, no momento, grande parte da atenção humana. Na Igreja católica não é diferente. Por sua vez, a Amazônia e a REB, sensibilizadas pela pandemia, se encontram, nesse número, às portas do saguão pós-sinodal. Abertas as portas, apresenta-se o cenário amazônico que interpela a Igreja naquela latitude com relação a seu testemunho evangelizador. Em primeiro plano, os que só podem contar com parcos recursos para o enfrentamento da crise. Eles não são os únicos personagens do vasto cenário físico-social que se descortina. São, contudo, os que mais sensibilizam. Por seu turno, os que retornaram ao saguão amazônico, agora impulsionados pela maior visibilidade obtida e pelo acréscimo no grau de consciência seja da própria missão seja do modo específico de atuação, na linguagem do Papa Francisco, revestem suas mentes, palavras e ações com a linguagem do sonho, ou seja, do grande horizonte do desejo que desencadeia diretrizes, metas e estratégias. Sim, eles chegam do evento sinodal. Este, com o documento que deixou como suges- tão ao Papa, é rampa de lançamento. Dessa rampa, no limiar do primeiro ano, todos foram agraciados com a Exortação Apostólica Querida Amazônia e, há poucos dias, com a instauração da Conferência Eclesial da Amazônia. São decolagens que traduzem a acolhida do novo, simbolizado pela vídeo-conferência, e materializam o propósito Eclesial, ou seja, a incorporação da sinodalidade, da efetiva participação dos povos nativos e da mulher, especificamente. Mobilizados pelo seguimento de Jesus, consa- gram-se à defesa e ao cuidado da vida das pessoas, tão desasistidas, e da Mãe-Terra, tão “enfeitada” quando ameaçada.

A REB agradece a possibilidade de partilhar considerações que apontam avanços e desafios sinodais, na atenta escuta seja das condições humanas e materiais do testemunho da fé na vasta e diversificada Amazônia, seja, na Igreja como um todo. Avivar perspectivas, neste número, é com José Rinaldo Felipe Martins Filho, Sinivaldo Silva Tavares, Carlos Alberto Sell e Agenor Briguenti, na seção do dossiê.

Explicitam outrossim a diversidade humana e eclesial, Argemiro Procópio, ao assinalar conflito e colaboração internacional, manifestados pela atual pandemia, com reflexos na Amazônia; Wagner Lopes Sanchez e Glair Alonso Arruda, ao delinear as justificativas idealizadas para firmar o atual projeto de Brasil e sua governabilidade; Marcial Maçaneiro e Miguel Rigoni, ao apontar a luz do Espírito Santo que motiva a diaconia de quem se dispõe a servir; Junior Vasconcelos do Amaral, ao assinalar que o evangelista Lucas apresenta a ação de Jesus como sendo a de quem vai da misericórdia à misericórdia/justiça; Jerônimo Pereira Silva, ao traçar o caminho de quem se achega ao altar de Deus para agradecer e alimentar seu permanente “sim” ao envio, em Jesus, no Espírito; Welder Lancieri Marchini e Renan Silva Carletti, ao traduzir a noção de corpo do filósofo contemporâneo Hyung-Chul-Han; Nadir Antonio Pichler e Talia Castilhos de Oliveira, ao articular o inato desejo de felicidade com o vislumbre de vida contemplativa de são Tomás de Aquino.

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Elói Dionísio Piva ofm

Redator

Publicado: 2020-07-28